3 RESPOSTAS DO MERCADO À TENDÊNCIA DA VIDA SAUDÁVEL
Novos sinais evidenciam que a saúde é um dos mais potentes drivers de consumo do nosso tempo.
Quem acompanha o nosso blog já teve uma atualização de sinais para a macrotendência Wellnes, que engloba bem-estar e qualidade de vida, em todos os seus aspectos. Agora, queremos colocar o foco em um comportamento característico do nosso tempo, e que só faz se aprofundar: a preocupação com a saúde, sem dúvida um dos mais potentes drivers do consumo contemporâneo.
ÁGUAS E ERVAS
O primeiro sinal vem da pesquisa Beverage Trends Report, realizada e recém-publicada pelo Google em quatro mercados: EUA, Reino Unido, Espanha e México. Embora o Brasil não esteja diretamente incluído, pelo menos duas conclusões da pesquisa nos parecem relevantes também entre nós. A primeira é que os consumidores estão tomando cada vez mais água, em detrimento de outros tipos de bebidas, abrindo espaço para uma oferta mais sofisticada desse produto, bem como formas mais prazerosas de consumi-lo. Ganham destaque as versões premium, com um peso maior do packaging em garrafas estilosas.
De outro lado, quanto mais o gosto do consumidor emocional se amplia, abrindo-se para experimentar novos produtos, os sabores de bebidas à base de ervas e plantas em geral tendem a ganhar preferência. É o caso do onipresente matcha, associado a benefícios de saúde como perda de peso e antioxidantes, mas também percebido como rico e cremoso, o que o faz ser cada vez mais utilizado como ingrediente em outras bebidas – e na gastronomia, de modo mais amplo.
HEALTH FOOD PARA TODOS?
Um sinal forte do mercado, que foi noticiado ontem (2/10): a gigante Unilever comprou a Mãe Terra, marca brasileira de produtos orgânicos, que será usada como a plataforma da multinacional anglo-holandesa para crescer no segmento de produtos saudáveis. A notícia, que fala por si, confirma as direções apontadas pelo estudo “Health Food in Brazil”, realizado pelo Observatório de Sinais, em 2011, para a Johnson & Johnson do Brasil.
SAÚDE MENTAL
E mais uma do Google, que parece cada vez mais disposto a favorecer a autonomia do indivíduo em relação às instituições da medicina, incorporando de vez a sua faceta popularmente chamada de Dr. Google. E não é só de corpo que se trata. Agora, a empresa está ajudando as pessoas, a partir de seu comportamento de buscas, a detectarem sinais de saúde mental.
Para isso, o Google contratou a ajuda luxuosa de Dan Ariely, um dos pesquisadores top em neuromarketing, que ajudou a montar o PHQ-9, um teste do tipo “descubra se você está clinicamente deprimido”, cujo acesso é privado e ajuda a detectar o nível de depressão do usuário. A saúde mental, aliás, é um dos territórios mais “quentes”, atualmente, para o crescimento da tendência à “medicalização social” – ou seja, a centralidade da saúde na vida social contemporânea, como o ODES já chamou essa tendência algum tempo atrás.