Cidades em mudança

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O forte crescimento econômico e a forte arrecadação dos municípios, combinados com novos valores sociais em ascensão, resultam, concretamente falando, em inúmeros projetos privados e públicos (estes, mais anunciados do que concretizados, como sempre) que estão mudando a cara das cidades brasileiras, num movimento que tem tudo para se intensificar na próxima década. Esse é, sem dúvida, um dos nossos territórios favoritos de observação e análise. As notícias sobre o assunto na mídia dão uma boa medida de sua importância. Nos últimos dias, por exemplo, o jornalista Gilberto Dimenstein traçou um interessante quadro para concluir que o Baixo Augusta é ‘a rua mais interessante do Brasil’ na atualidade, e publicou um dossiê no seu site. Em outra esfera, o Estadão trouxe no final de semana matéria sobre os projetos de escritórios de arquitetura internacionais para São Paulo, já concretizados ou previstos. Aos poucos, as construtoras também vão percebendo, com muito atraso, que o consumidor mudou e que o neoclássico deixou de ser sinônimo de valor seguro.

Mas, no meio do otimismo, dois outros riscos emergem: o boom da moradia popular é a nova fronteira do desrespeito e a confirmação da desigualdade lá mesmo onde ela parece se diluir (‘para a patuleia, já basta ter casa, ainda quer que seja bonita?’); e entrar no trend dos edifícios de starchitects só para se globalizar soa, no fundo, colonizado como sempre. Que eles venham, desde que seus projetos sejam bonse façam sentido.

Odes
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