E por falar em sexualidade…

É incrível o buzz que o paredão entre Dourado, Angélica e Dicesar está causando – reflexo de que a sociedade se viu de certo modo impelida a tomar partido na discussão, baseada, a nosso ver, em uma falsa questão. Para alguns, o paredão sintetiza a tensão entre “preconceito e machismo” (Dourado) versus “minorias e tolerância” (Angélica e Dicesar, ambos gays assumidos). Blogs e internautas mais engajados têm defendido essa tese – tão século XX – com garra. A verdade, porém – como sugere a maioria que vota contra Angélica nas enquetes – é que a sexualidade já deixou há muito de ser muleta para o caráter individual. O que está sendo posto em cheque são as atitudes de Angélica, totalmente em separado de sua sexualidade, e é isso que aqueles que atacam Dourado não querem admitir, continuando a insistir na sua prórpia vitimização. Só que o recado é o seguinte: se todo mundo é igual perante o sexo, todo mundo é igual diante do outro também. É preciso que os mais radicais entendam que direitos iguais trazem obrigações iguais.

Odes
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