Indústria de calçados se movimenta
A Couromoda termina nesta quinta-feira, deixando evidente que a indústria de calçados e acessórios está refletindo as principais tendências da economia: deslocalização internacional da produção (empresas brasileiras começam a produzir em países asiáticos); investimento em design para fazer frente aos competidores globais; aumento do valor agregado por produto compensando a queda em volume nas exportações; e foco no mercado interno, diante do real supervalorizado.
O câmbio se confirma como objeto de crítica de dez entre dez empresários do setor. É inútil. A política do câmbio flutuante não vai mudar e o dólar continuará fraco, em vista da enxurrada de dólares estrangeiros que entram no Brasil, e que deve continuar em 2008, em menor medida do que no ano passado. A se confirmar esse quadro (dependendo, é claro, do tamanho da recessão americana), os analistas mais bem informados alertam para um dólar que pode bater em R$ 1,60, no final deste ano. E a choradeira dos exportadores de produtos com valor agregado não sensibiliza o governo, que continuará tendo saldos positivos na balança comercial graças ao boom internacional no consumo de commodities.
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IMAGENS: Stands da Couromoda: do ambiente “bar descolado” à criatividade nas paredes externas, nenhum esforço é grande demais para atrair compradores