O rolezinho e as marcas

O rolezinho está mexendo mesmo com o universo bem-pensante das (velhas) classes médias. As marcas que os rolezeiros mais gostam andaram na maior saia justa, sem saber se dão uma piscada para esse novo e promissor target ou se a tal democratização do público consumidor seria um risco para a imagem e o posicionamento premium que elas pretendem. Claro que isso é uma bobagem que só serve mesmo para evidenciar o preconceito social. Um paralelo interessante, guardadas as proporções, pode ser feito com os mods, grupo urbano que surgiu na Inglaterra nos anos 1960. “Mod” é a abreviação de “modern”, um estilo adotado por jovens que, devido ao enriquecimento das famílias de classe média baixa, puderam passar a gastar seu dinheiro com roupas, acessórios, discos, etc. Cultuavam o chic dos sapatos italianos, as vespas, as camisas polo. Como valores na base desse consumo estavam o progressismo e o otimismo em relação ao futuro. Seus opositores eram os rockers, menos conformistas, mais bad boys. Já no Brasil dos abismos entre as classes, a contraposição identitária dos rolezeiros, também entusiastas do status quo (“queremos shopping!”), acaba se dando com o andar de cima.

Odes