Tendência, atemporalidade e inteligência, na versão Starck

Uma entrevista com Philippe Starck, publicada hoje na Folha de São Paulo, reporta que o designer francês está em busca de ‘atemporalidade’, desprezando as tendências de ciclo curto e médio (alô, alô, coolhunters).

Segundo Starck, a crise e a sustentabilidade alimentam esse tipo de desejo – exatamente como constatou a pesquisa ODES ‘Consumo em Tempos de Crise’, já em 2009. Dentro desse raciocínio, as macrotendências redobram de valor estratégico. O designer faz também uma comparação no mínimo divertida:

“Os ingleses são bons para tendências. Nós, franceses, com nosso senso crítico extremo, matamos 90% de nossa criatividade, mas, quando conseguimos finalmente produzir alguma coisa, acaba sendo interessante, porque é sempre algo que foi pensado por um longo tempo, é atemporal, inteligente.”

Não deixa de ser irônico que a matéria acabe citando um exemplo dessa ‘inteligência atemporal’ dos franceses, o ‘fuzil’ com o qual o jogador Adriano apareceu em fotos, e que na verdade era a base de uma luminária da coleção ‘armas’ de Starck, de 2005 – concebida, é bem verdade, para denunciar o estado de militarização da sociedade. D’accord, mas em que pese toda a genialidade de Philippe Starck, nosso ponto é que pretensão e água benta…

Odes
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