8 ESTRATÉGIAS DE MARCAS GLOBAIS QUE REVELAM TENDÊNCIAS DO MERCADO
+A gente gosta tanto do universo das marcas e de suas estratégias para comunicar com o consumidor que este tópico também vai ser fixo no Sinais Premium. Assim, de tempos em tempos, vamos trazer as melhores estratégias de marketing, comunicação e brand activation, comentadas e destrinchadas com a pegada analítica do ODES, para ajudar na busca de nossos leitores por insights de mercado. Então, vamos logo para a primeira rodada…
FOOD&DRINK | GLICO | ENVOLVIMENTO
A marca de alimentos japonesa Glico lançou um novo comercial no qual 72 atores desempenham o mesmo papel. O argumento por trás é poderoso: segundo dados do Banco Mundial, a expectativa média de vida subiu de 31 anos para 71,8 anos, no último século. A ideia do comercial é colocar em evidência o quanto de vida a mais o mundo tem a oferecer, nos dias de hoje.
https://www.youtube.com/watch?time_continue=98&v=BE1B7PiYwx0
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Ao falar de vida e de envelhecimento, um tema especialmente sensível no Japão, a Glico transforma um dado interessante, mas frio, se tomado apenas pela matemática da coisa, em um filme divertido e envolvente para o consumidor.
DESIGN | VITRA | NIGHT FEVER
A conceituada marca de design Vitra tem o seu Vitra Design Museum localizado na cidade de Weil am Rhein, na Alemanha. Ele é dedicado à pesquisa e a exposições de design, examinando a sua relação com a arquitetura, a arte e a cultura cotidiana. O prédio, um espetáculo à parte, é um projeto do starchitect Frank Gehry. Atualmente está em cartaz a exposição Night Fever, que revisita os últimos 50 anos de nightclubbing e sua influência sobre a cultura contemporânea, passando em revista movimentos seminais, como a discoteca e o tecno.
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O museu da marca – para além da função de cultivar a sua própria memória -, é um modo de fazer frente à passagem do tempo e de criar associação entre a marca e valores que não os de consumo propriamente ditos: o permanente, o eterno, o artístico, o contemporâneo. Não é por outro motivo que temos visto tantas marcas, dos mais diversos setores – automóveis, moda, luxo, acessórios, etc. – bancarem os seus próprios museus ou fundações.
COSMÉTICA | L’ORÉAL | PERSONAL BEAUTY
Na edição recém-realizada do festival SXSW, em Austin, Texas – atual meca para os modernos e para as ativações de marca – a L’Oréal lançou um novo sistema para o tratamento da pele chamado de D.O.S.E., que permite criar até 48 fórmulas diferentes de séruns baseado no perfil de pele específico de cada consumidor.
No início do ano, na CES, a feira de eletrônicos de Las Vegas, vimos outro lançamento na mesma direção: o Neutrogena Skin Scanner, portátil e prático, que permite mapear as características individuais da pele do consumidor e, portanto, dar acesso a tratamentos e produtos absolutamente individualizados.
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Algum tempo atrás, quando reportamos como a indústria cosmética está se preparando para o futuro, falamos da tendência Personal Beauty, isto é, de como o desejo de individualização do consumidor está orientando as estratégias do setor.
MOBILIDADE | RENAULT | CAR-SHARING
No recém-realizado salão do automóvel de Genebra – tradicionalmente associado a carros esportivos – a Renault lançou um carro conceito que dá uma visão sobre direções possíveis para o compartilhamento de veículos. O Renault EZ-GO é um carro elétrico autônomo, que as pessoas podem alugar de um local fixo ou móvel, em pequenos grupos de até seis pessoas ou sozinhas. O carro foi pensado para ser pedido por um app ou em estações permanentes na cidade.
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Autônomo, compartilhado, individual ou “por assinatura”? Ninguém pode afirmar ao certo qual será o futuro do automóvel, mas, enquanto isso, o recomendável é desenvolver ideias e dar a sua contribuição para moldar o futuro, em projetos e visões de longo prazo. As indústrias automobilísticas têm o poderoso recurso dos carros-conceito para fazer isso.
MÍDIAS | NEW YORK TIMES | CONVERGÊNCIA
O jornal norte-americano The New York Times deu pistas de que está desenvolvendo uma nova plataforma para o seu jornalismo: programas de televisão – ou, aquilo em que está se transformando a televisão, no século XXI. Mais um passo estratégico e antecipado desse ícone da imprensa global, que dá sucessivas lições sobre como enfrentar a crise da imprensa de papel.
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A ideia do NYTimes é misturar a credibilidade do jornalismo com storytelling, mais visuais inovadores, novos formatos e a melhor qualidade das produções em vídeo – tudo isso para não perder de vista os futuros “leitores”, que vêm por aí.
MODA | PRADA | COLAB
A marca Prada passou por dificuldades, mas tem multiplicado suas ações para reverter esse quadro (ao que consta, já estão dando resultado). Uma das estratégias postas em prática, na coleção masculina lançada no início do ano, foi fazer colaborações com profissionais estrelados da arquitetura e do design. Arquitetos como Rem Koolhaas, Jacques Herzog e Pierre de Meuron, e os designers Konstantin Grcic e Ronan e Erwan Bouroullec, todos contribuíram para a coleção masculina outono inverno 2018 da marca. O resultado foram quatro abordagens diferentes investigando os aspectos poético, prático, técnico e estético do nylon preto, material que é uma das marcas registradas da Prada.
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Para tentar recuperar aquele perfume de vanguarda da moda, que lhe caía tão bem, nos anos 1990, a marca encontrou um caminho novo para fazer colaborações.
TÊNIS | ADIDAS | METRÔ DE BERLIM
A Adidas lançou um modelo de tênis cuja estampa replica o mesmo padrão usado nos assentos do metrô berlinense – uma forma pra lá de simpática de entrelaçar as imagens da marca alemã com a da própria capital, uma das mais cosmopolitas da Europa e centro irradiador da cultura alternativa global, usando uma referência super reconhecível do meio de transporte mais popular da cidade.
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A estratégia demonstra como uma marca global pode gerar uma identificação instantânea com signos locais, sem perder a aura pop.
ENTRETENIMENTO | HBO | INTERATIVIDADE
Mais uma do SXSW: a HBO fez uma ação de brand activation no festival para promover a segunda temporada da série Westworld, que vem por aí. Foi montado um parque que replicava Sweetwater, a cidade onde se desenvolve a ação da série. O público era convidado a escolher o seu chapéu de cowboy, antes mesmo de subir em um trenzinho que já punha o visitante no clima, praticamente dentro do show, e levava ao parque montado para a ativação da marca.
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A lição que se tira é que, como afirmamos em REAL-SE, estratégias de interação física entre público e marca estão super em alta, já que a solução digital – estar presente em todas as plataformas – tornou-se uma exigência do mercado atual, mas não garante mais nada em si mesma.